Sabes o quanto te amo, pois se muitas vezes sou brusca na forma de criticar, sei que, também, com a mesma facilidade expresso os meus sentimentos, e portanto já o disse infindáveis vezes...e nunca são demais.
Este foi o primeiro momento que senti que te perder era uma possibilidade...e doeu muito. O chão fugiu, o coração ficou apertado, mas soube que uma mulher de garra, que toda a vida lutou contra as adversidades não iria baixar os braços sem tentar. Não me enganei, e ainda sem a certeza que poderei trazer te comigo para casa, sinto-me orgulhosa pela mãe que tenho (cada vez mais).
Esta é uma oportunidade que Deus nos está a dar...e sei que não a vamos desperdiçar, pois estaremos ainda mais fortes para abraçar o futuro.
E o aneursima já clipado, será algo que não iremos recordar sem amargos de boca, pois como sempre sabemos que há coisas boas para recordar...que eclipsam os momentos menos bons.
Adoro-te Mãe e fazes-me falta!
2009-08-23
2009-07-30
Novamente, ao meu pai
Há um ano escrevi este post...
"Sabes Pai, foi há 17 anos que tudo isto aconteceu, e ainda não consegui esquecer essa data de Agosto de 1991 em que essa doença maldita te roubou de mim tal como eras. Agradeço a Deus por estares, ainda, comigo. E, desculpa, se tantas vezes tenho saudades daquilo que eramos, por que me fazes falta."
"Sabes Pai, foi há 17 anos que tudo isto aconteceu, e ainda não consegui esquecer essa data de Agosto de 1991 em que essa doença maldita te roubou de mim tal como eras. Agradeço a Deus por estares, ainda, comigo. E, desculpa, se tantas vezes tenho saudades daquilo que eramos, por que me fazes falta."
2009-01-29
A meu favor
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio
algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer
A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça.
Alexandre O'neil
Algumas palavras de ódio
algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer
A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça.
Alexandre O'neil
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
2009-01-28
No teu poema
No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida.
No teu poema
Existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E aberta, uma varanda para o Mundo.
Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da Senhora da Agonia
E o cansaço do corpo que adormece em cama fria.
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva, a luta de quem cai ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonos inquietos de quem falha
No teu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano.
Existe a noite
O canto em vozes juntas, vozes certas
Canção de uma só letra e um só destino a embarcar
O cais da nova nau das descobertas.
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco, ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo mais que ainda me escapa
E um verso em branco à espera... do futuro.
José Luís Tinoco
2009-01-15
De tudo ficam três coisas:
a certeza de que estamos sempre começando...
a certeza de que é preciso continuar...
a certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
PORTANTO, DEVEMOS:
fazer da interrupção um caminho novo...
da queda um passo de dança...
do medo, uma escada...
do sonho, uma ponte...
da procura... um encontro.
Fernando Sabino
2008-12-23
LADAINHA DOS PÓSTUMOS NATAIS
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito
2008-12-19
2008-11-17
Por vezes, sinto a tua falta.
Não sei como nem porquê!
Sei que o meu corpo sempre o sentiu. Sei que o teu toque ficou cravado em toda a minha pele num arrepio incomparável a qualquer outras mãos que o descubram. Porque te amei, porque te desejei como a mais ninguém na minha vida (até então!).
Ninguém é de todo mau ou de todo bom... e, por vezes, tenho saudades de outras coisas para além do teu corpo e do cheiro da tua pele!
Não há como comparar as pessoas que passam pela nossa vida, porque todas são diferentes, mas não houve outro que lesse as minhas coisas com a emoção que tu lias...
Foi bom. Acabou.
Mas ainda bem que em tempos (já longinquos) passaste e marcaste a minha vida...para sempre, na sua melhor forma!
2008-11-03
2008-10-22
Para Sempre
Anexo a isso, sinto um vazio a tomar conta da minha Alma. Sinto que queres partir, que não podes ficar mais a segurar a minha mão, a dar-me coragem para continuar a minha vida sem ti. Hoje, sem a angústia imediata inerente à perda de alguém que amamos, e já com algum domínio sobre o meu raciocínio, que o afastamento temporal do choque inicial nos vai dando, sinto-te calmamente a ires embora.
Mesmo acreditando que possas estar bem, estou a chorar aquela lágrima que bate no chão, e só nós conseguimos ouvir.
Fecho os olhos, e sinto-te abraçares-me com força, beijares-me docemente, e foi então (não sei se ouvi, se sonhei) que murmuraste:
“- Eu não posso voltar, mas quando vieres ao meu encontro, estarei à tua espera, afinal és meu para sempre...”
Mesmo acreditando que possas estar bem, estou a chorar aquela lágrima que bate no chão, e só nós conseguimos ouvir.
Fecho os olhos, e sinto-te abraçares-me com força, beijares-me docemente, e foi então (não sei se ouvi, se sonhei) que murmuraste:
“- Eu não posso voltar, mas quando vieres ao meu encontro, estarei à tua espera, afinal és meu para sempre...”
2008-10-07
2008-10-06
Fado Meu
Chegaste como a alma do vento...
e com suavidade abanaste
as cortinas do momento...
Entendi...
que entravas pois deixei a janela aberta
com cuidado e com vontade
Ficaste
Como quem quer saber
e conhecer a saudade
Com pequenas verdades
te desvendei um pouco a minha cidade,
nas palavras que guardo só para alguns
Não brilhaste
nesse local que te reservei
Mas envolveste-me na tua aldeia de mentiras
criada para mim
E foi assim
que saiste dos meus sonhos...
com duas lágrimas minhas de orvalho
numa noite sem rosto
e sem palavras que nos beijam
2008-10-02
Solidão
Solidão não é a falta de gente para conversar,namorar, passear ou fazer sexo...
Isto é carência!
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausênciade entes queridos que não podem mais voltar...
Isto é saudade!
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes para realinhar os pensamentos...
Isto é equilíbrio!
Solidão não é o claustro involuntário que o destinonos impõe compulsoriamente...
Isto é um princípio da natureza!
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
Isto é circunstância!Solidão é muito mais do que isto...
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma."
Chico Buarque
Deve ser por isso, que nunca me sinto sozinha, pois há já algum tempo que encontrei a serenidade e a paz dentro de mim...
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